[Bate-Papo] De Asa de Graúna a Pimenta com Sal

Por @meire_md


Meus cabelos são muito lisos/leves, fáceis de quebrar, o couro cabeludo é bem sensível e não raro inflama, mas por outro lado eles crescem incrivelmente rápido e adaptam-se facilmente a produtos baratinhos.

Mantenho os fios um pouco abaixo do ombro e para isso eu  faço uns quatro cortes por ano.

Uso a mesma Tesoura da Mundial (de seis polegadas) há anos. Para cortar os fios faço um rabo de cavalo baixo e passo a tesoura na altura que quero, cuidando para que o corte fique do modo mais reto possível.

Esse tipo de corte deixa os fios retos nas costas e ligeiramente mais longos na frente.

Asa de graúna


Quando criança um dos meus sonhos era crescer para poder pintar os cabelos de preto e ficar mais parecida com as minhas tias e primas paternas.

Acho muito engraçado lembrar disso, que desde criança sou muito pragmática e nutro sonhos alcançáveis.

A cada ano que passa vejo que a gente muda muito menos ao longo da vida do que acredita. Sonhos possíveis nada mais são que metas, não é mesmo?

Em boa parte da vida adulta fui ‘aquela médica com cabelos de asa de graúna’.  Eu me sentia a própria Iracema, de José de Alencar. Os cabelos pretíssimos eram minha marca registrada mesmo.

Mas depois de tantos anos o ato de tinturar foi se tornando uma obrigação chata. Cansei de salão de beleza, cansei comprar tinta, cansei de pintar em casa, cansei de sujar toalhas, enfim.

Parei de tinturar os fios em 2017 e o que notei de lá para cá é que, ainda que os fios brancos continuem aparecendo, tem estado mais fácil mantê-los hidratados e com o frizz controlado.

Quando eu estava na transição para cabelos pimenta com sal li um livro que me ajudou bastante, chego já até ele.

Continuo a mesma, mas os meus cabelos…


Depois dos 30-40 os nossos cabelos ficam mais rebeldes e não importa se eles são lisos ou cacheados.

Quando os fios brancos aparecem, os cabelos simplesmente ganham vontade própria.

Se você tem cabelos naturalmente lisos como os meus, ou aceita que um fio vai para um lado e outro para outro, ou aplica alguma ferramenta quente para alinhá-los.

O que faço é não fazer nada e deixá-los meio de qualquer jeito tipo os cabelos de tia meio hippie que mora na praia, mas quando quero o cabelo mais comportado uso escova térmica ou chapinha/prancha.

A minha chapinha favorita é a de cerâmica da Taiff (tenho uma da Gama Italy também, mas não gosto muito dela).
 

Diminuindo a quebradeira


Como moro numa cidade muito quente e ainda não tive coragem de fazer o corte pixie que planejo há anos, passo boa parte do dia todo com os cabelos presos em coque e para minimizar a quebra faço uso truque bem simples:

Aplico um produto capilar siliconado sem enxague do meio às pontas e faço um coque usando palito de cabelo, ou seja, evito usar presilhas ou elásticos.

O meu produto favorito para isso é o Repairing Oil da L’Occitane , mas há cerca de cinco meses comecei a aplicar o Pantene Hidrata Creme Para Pentear (240g) e só uso o primo caro eventualmente (amo a fragrância!).

Além de sair muito mais em conta que o da L’Occitane, o baratinho lubrifica os fios da mesma forma.

Esses pequenos truques, de lubrificar os fios e usar palito para cabelos, reduziram bastante a quebra das amarrações.

Acumulando shampoos

Fui aquela pessoa que acumula vários shampoos abertos ao mesmo tempo.

Quando o minimalismo começou a bater à minha porta percebi o óbvio: quem tem muitos favoritos não gosta fortemente de nenhum, seja porque está comprando no automático ou porque não usa nenhum produto por tempo suficiente para que se apegue a ele.

Quando o favorito é muito bom, tem um preço justo, vira favorito da vida e os outros perdem importância.

A facilidade de comprar também tem sido um critério muito importante para que eu mantenha qualquer produto na minha rotina, tanto que deixei de usar algumas coisas que só conseguia comprar no exterior e coisas que me custam um frete que julgo abusivo.

Eu não costumava comprar shampoos online por causa do peso [que onera o frete], mas como a assinatura da Amazon Prime – fiz pelas séries, filmes, livros e revistas com acesso livre – dá direito a uma infinidade de opções de produtos (de post-it a roupas, móveis, eletrodomésticos) com envio grátis, tenho comprado por lá.



Os três shampoos que tenho recomprado em 2020:


1. Clear Sports Woman Limpeza Hidratante com Eucalipto

Baratinho.

É meu shampoo de quase todos os dias; se eu tivesse que escolher só um para ter seria ele. Contém agentes condicionantes e piroctona olamina, substância que ajuda a controlar a dermatite do couro cabeludo.

2. L’Oréal Expert Silver Shampoo

Esse foi formulado exatamente para quem já tem fios brancos.

O Silver uma boa desmaiada nos fios e por ter pigmentos roxos evita o amarelamento.

Uso uma vez por semana e gosto bastante.

Como a Melasma Lifestyle está gostando muito e o lançamento tem a mesma proposta de cuidar de cabelos com fios brancos, estou com vontade de testar o shampoo Match do Boticário.

3. Vichy Dercos Sensi Care Creme de Limpeza Capilar

O Sensi Care também tem piroctona olamina, controla muito bem o desconforto do couro cabeludo e é particularmente delicado com os fios, mas rende pouco e não espuma.

Não tenho usado tão frequentemente quanto antes porque estou sem crises de dermatite, então ele meio que entrou para a categoria de medicamento.

Talvez eu acabe nem recomprando o Sensi Care rotineiramente, então acho bem provável que em 2021 eu use apenas os dois primeiros e só recompre o da Vichy se as crises voltarem.

Umectação Capilar

 

Depois que parei de pintar percebi que os fios não ficam mais desidratados como antes e quando dei por mim já havia parando de fazer a umectação com óleos.

Não recomprei mais nenhum óleo para umectação.

Mas preciso pontuar que desde que comecei a prender os fios apenas após aplicar o Pantene Hidrata Creme Para Pentear  percebi que após as lavagens os fios ficam mais macios e ‘desmaiados’, então é possível que essa melecância pré-shampoo atue como uma espécie de umectação.

Faz sentido, não é?

Condicionador/Máscara Capilar


Não uso mais condicionador comum, menos um produto para comprar. E também não recomprei mais ampolas para hidratar os cabelos.

Tenho usado só Máscara Capilar de pote gordo mesmo e me adaptei super bem ao Pantene, o Liso Extremo, que aplico nos fios após todas as lavagens e deixo agir por uns dois ou três minutos antes de enxaguar.

E o livro?

Li em 2018, mas vou pontuá-lo para registrar no blog.

‘Silver Hair : a handbook’, de Lorraine Massey e Michele Bender, da Workman Publishing/ Nova York para Kindle.

Silver Hair : a handbook é um livro de leitura bem rápida e interessante principalmente para quem se sente escravizada pela tintura e gostaria de assumir os fios brancos mas ainda não tem coragem de enfrentar o julgamento dos outros.

As autoras falam sobre as dificuldades sociais da transição, da sensação de que o branco dos outros é mais bonito que o seu e de como lidar com as demandas do fio, que é mais seco, mais armado e mais propenso a ‘oxidar’.

Elas até poderiam ter desenvolvido mais a parte histórica, pois no mundo antigo e na Idade Média haviam métodos bem interessantes para extração de pigmentos naturais e confecção de tinturas, porém acredito que a ideia foi fazer um livro simples mesmo, tipo conversa entre amigas.

Sem fixar marcadores temporais, mencionam algumas curiosidades como a de mulheres que usavam urina e fezes de pássaros para camuflar os fios brancos e das prostitutas da Roma Antiga, que usavam uma tintura feita com flores alaranjadas para deixar os cabelos em um tom amarelo típico.

Para lidar com a demarcação – que é aquela faixa deselegante onde o branco se choca com o resquício de tinta e que aparece mais em quem tem cabelos lisos – colocam que se pode usar sprays e outras maquiagens capilares ou em alguns casos, fazer luzes e reflexos por alguns meses.

Eu optei por deixar as marcações saírem naturalmente.

Nos cuidados com os fios as autoras ressaltam a necessidade de aparar as pontas regularmente, de umectação com óleos, hidratação e lavagem com água fria, sugerindo o uso de shampoos com pH baixo e detergência suave, o que faz sentido biológico porque certos detergentes possivelmente fragilizam os fios.

O livro desliza feio ao reforçar mitos cientificamente injustificados sobre ingredientes que prejudicariam pulmões, glândulas endócrinas e até o cérebro; embora não seja um manual técnico e dentre os produtores de conteúdo sobre cabelos a pseudociência abunde, achei isto bastante inapropriado, mas basta ignorar.

Dando este desconto é um bom livro sobre o tema.

Um beijo!


Meire

 

 

 

 

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